Janelas têm a chave para impulsionar a eficiência energética na Europa

As directrizes sobre eficiência energética nas edificações da União Europeia, associadas à alta dos preços do petróleo e às preocupações com as mudanças climáticas têm cada vez mais chamado a atenção para a quantidade de energia perdida nas edificações. A economia de energia tem, dessa forma, se tornado uma questão central. A instalação de janelas com alto poder de isolamento térmico e que propiciam baixo consumo de energia é a chave para economizar energia e reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa na Europa.

Um estudo feito pelo engenheiro Marcus Hermes, “Potential to save energy through the use of modern window systems in Europe” apresentado na Conferência “Plastic Profiles in Construction”, realizada em Bruxelas em 2006, mostrou que a melhoria da qualidade das janelas poderia economizar, anualmente, energia suficiente para fornecer aquecimento e água quente para quase quatro milhões de pessoas. Após cinco anos, essa estimativa poderia atingir uma economia anual de 13 bilhões de Euros.

O estudo foi encomendado pela EPPAEuropean PVC Window and Related Products Association – e PVC Plus e tem como objectivo enfatizar o potencial de crescimento do sector de janelas, bem como quantificar a contribuição que as janelas de PVC, que ajudam na redução do consumo de energia, podem oferecer para o desenvolvimento sustentável. O trabalho apresenta os cenários de economia de energia obtidos quando as janelas de baixa qualidade e eficiência são substituídas. Se, por exemplo, as janelas do tipo D (com baixo nível de isolamento) forem readaptadas para o tipo A (bom nível de isolamento) em toda a Europa, haverá uma economia de 39.360 milhões de kWh por ano, com um potencial de economia de CO2 de 8,58 Mt (megatons).

Actualmente, cerca de 45% das janelas na Europa são feitas de PVC, 28% de madeira e 25% de alumínio. Na Grã-Bretanha, as janelas de PVC representam 80% do mercado, enquanto na Alemanha, França e Áustria acima de 50%. O potencial de crescimento do mercado de janelas de PVC e a consequente economia de energia são significativos. Na Turquia, o mercado de janelas de PVC cresceu 22% no último ano.

Hoje, 82 milhões de janelas são vendidas na Europa todos os anos. “Na Europa, a substituição do dobro desse número de janelas ineficientes pelas janelas de PVC com alto poder de isolamento traria uma enorme economia para os custos de energia e de aquecimento, além da redução de emissão de CO2. Este objectivo é ambicioso, mas perfeitamente possível”, afirma a Directora da EPPA, Ulrike Grawe. “Fazer as escolhas certas, optando por janelas que propiciam baixo consumo de energia, é um passo essencial para o futuro sustentável da Europa, especialmente para os novos Estados Membros da União Europeia, onde o mercado de reforma e melhoria da qualidade das janelas está crescendo rapidamente”, disse ela.

Fonte: EPPA e PVC Plus

Tipos de incentivos à eficiência energética

Por Enerbuilding Portugal 02 de Fevereiro de 2009

O Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética - Portugal Eficiência 2015 (PNAEE), é um plano de acção agregador de um conjunto de programas e medidas de eficiência energética, num horizonte temporal que se estende até ao ano de 2015.

A referida Directiva Europeia estabelece como objectivo obter uma economia anual de energia de 1% até ao ano de 2016, tomando como base a média de consumos de energia final, registados no quinquénio 2001-2005.

O PNAEE abrange quatro áreas específicas, objecto de orientações de cariz predominantemente tecnológico: Transportes, Residencial e Serviços, a Indústria e Estado. Adicionalmente, estabelece três áreas transversais de actuação - Comportamentos, Fiscalidade, Incentivos e Financiamentos - sobre as quais incidiram análises e orientações complementares.

Cada área referida agrega um conjunto de programas, que na sua essência integram de uma forma coerente um vasto leque de medidas de eficiência energética, orientadas para a procura energética:

  • Crédito eficiência:

Crédito Pessoal Bonificado para financiamento de medidas de eficiência energética (redução de 4% na taxa para créditos até 8% s/ garantias; elegíveis para medidas seleccionadas);

  • Cheque Eficiência:

Prémio por redução efectiva do consumo de electricidade para investir em medidas eficiência (cheque de valor igual a 10% do gasto anual de electricidade durante 2 anos, se reduzir 10% ou de 20% do gasto anual de electricidade durante 2 anos, se reduzir 20%);

  • Programa Renove+:

Benefício na troca de um electrodoméstico antigo por novo A+ ou A++ (€50 por um A+ ou €100 por um A++, requer entrega de electrodoméstico antigo para reciclagem);

  • Medida Janela Eficiente:

Incentivo à substituição de superfícies vidradas não eficientes, envolvendo a reabilitação de cerca de 200 mil fogos até 2015;

  • Medida Isolamento Térmico:

Incentivo ao isolamento térmico, envolvendo a reabilitação de 100 mil fogos até 2015;

  • Medida Calor Verde:

Programa de instalação de 200 mil sistemas de aquecimento de ambiente eficientes: recuperadores de calor a biomassa e bombas de calor COP maior ou igual a 4.

(as medidas referidas serão englobadas em sistemas de incentivo a regulamentar)

Mais informações em

http://www.adene.pt/ADENE/Canais/Noticias/PNAEE.htm

Projecto Caça Watts permite poupar 60 euros por habitação

Portal Ambiente

4 Jan 08

O balanço das auditorias efectuadas pelo Caça Watts, em 2008, permitiu à Cascais Energia concluir que estas podem representar, em média, uma economia anual de 60 euros por habitação, correspondente a uma diminuição de 250 quilogramas/ano em emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera.

A agência já efectuou mais de meia centena de auditorias, tendo também concluído que a utilização de lâmpadas incandescentes e o deficiente isolamento térmico, nomeadamente de janelas e caixas das persianas, são as principais causas do desperdício energético nos lares de Cascais.

As habitações mais auditadas foram T3 e T4, a sua maioria dos anos 70 e 80, portanto mal preparadas para serem eficientes em termos de consumo energético. Estas tipologias representam cerca de 35 por cento do total, especialmente apartamentos. Por este motivo, diz a Cascais Energia, «os proprietários mostram uma preocupação crescente em diminuir o consumo e a respectiva despesa energética, aproveitando este serviço para obterem informações sobre microprodução de energia».

Os escalões etários da população que recorre ao Caça Watts situam-se entre os 26 e 35 anos e entre os 46 e 65, ambos com percentagens equivalentes, na ordem dos 30 por cento. Os agregados familiares são maioritariamente compostos por três elementos (25 por cento dos casos), seguidos de núcleos de duas pessoas.

Para Carlos Carreiras, presidente da Cascais Energia e vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, «a apreciação que fazemos do projecto é globalmente positiva, pois apesar do custo do serviço, meramente simbólico, as pessoas mostram-se interessadas e consideram que compensa, pois a poupança que podem fazer acaba por ser significativa e contribui para minimizar o impacto do consumo energético no ambiente do concelho».

O Caça Watts é um projecto inovador de diagnóstico energético nos domicílios dos munícipes de Cascais, cujo objectivo é reduzir em 10 por cento o consumo de energia doméstica no concelho. Desenvolvido com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, consiste na realização de auditorias ao consumo energético de cada residência por parte de técnicos da Cascais Energia, através de uma abordagem prática, efectuada sob a perspectiva do consumidor.

Casas: certificação energética permite poupar entre 20 a 40%

Poupar energia entre 20 a 40% é uma das grandes vantagens da certificação energética nos imóveis, diploma obrigatório a partir de Janeiro para quem pretende comprar e vender casas, revela à Agência Financeira, a Home Energy e a Checkhouse.


Com esta obrigatoriedade, «o comprador passa a saber a classe energética do imóvel que vai adquirir ou alugar e fica a saber se vai gastar muita ou pouca energia», salienta o administrador da Home Energy, Miguel Barreto.

Já o director de marketing e vendas da Checkhouse, Nuno Almeida Fernandes, alerta ainda para o facto dos consumidores conseguirem poupar no seu orçamento familiar. «Esta redução de consumo não é obtida através do sacrifício dos níveis de conforto térmico, mas sim da implementação de melhores e mais eficientes técnicas construtivas, equipamentos mais eficientes energeticamente, aproveitamento de energias renováveis e sobretudo de pequenos hábitos quotidianos».


Alterações no IMI

Mas as vantagens não ficam por aqui. Além desta poupança, a certificação energética permite ainda ter benefícios fiscais em sede de IRS, representando 10% de bonificação para casas com classe A ou A +. Ao mesmo tempo, sempre que o proprietário do edifício opte pelas energias renováveis, 30% desse valor é dedutível à colecta no IRS.

Para incentivar ainda mais a utilização deste diploma, o responsável pela Home Energy propõe que o Governo opte por recorrer à discriminação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em função da classe energética.

Este passo seria, no entender do responsável, «importante não só para a certificação energética, mas também para a redução do consumo de energia e emissões de gases de efeito estufa em Portugal».

Pesa cada vez mais na decisão de compra

A verdade é que as empresas contactadas pela AF reconhecem que tem existido uma grande adesão, por parte dos consumidores. «A classificação energética começa a entrar no processo de decisão dos compradores, existindo já muitos vendedores preocupados em melhorar a classe energética dos seus imóveis».

Aliás, no entender de Miguel Barreto, é preciso tornar a classificação energética numa variável de decisão no momento de compra de um imóvel. «Isso passa por uma maior consciencialização das vantagens do certificado e das medidas de melhoria».

Um dos principais obstáculos nesta área a falta de peritos qualificados foi, para já, ultrapassada, refere o responsável pela Checkhouse.

«O número de peritos qualificados pode ter sido em alguns dos pontos do país um factor limitativo da rapidez dos processos, no entanto, com o aumento do número dos mesmos, quer com o esforço de uma maior abrangência territorial das empresas a actuar no mercado, também esta dificuldade está a ser ultrapassada»


Portugal Diário